domingo, 20 de março de 2011

Detrás da Moldura



DETRÁS DA MOLDURA

Não estou emoldurada no que se vê.
Quem haverá de entender os mistérios?
Se, nem eu, sei me dizer
E, quando digo, não me revelo.

Sou o que orvalha atrás dos óculos,
A chuva que o tempo não prevê.
- Não me vejam no notório,
Estou no que deixam de ler.

Encontro-me no ponto esquecido
Ao esboçar o meu perfil;
No texto não redigido,
No parêntese que se abriu.

Fecho aspas e abro o leque,
Linko a minha introspecção...
As reticências se repetem,
Quando há interrogação.

Ivone Alves Sol



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