quinta-feira, 17 de março de 2011

Deixe-me estAR

 

Deixe-me estAR

Eu sou ar em movimento
- Feito brisa de mar...
Sou do tempo, o relento,
Invento-me, sem me criar.

Sou assento ao pôr o sol
E se estou só, eu sou momento.
Eu só me rendo ao arrebol,
Pois estou sempre em nascimento.

Se eu crescer, deixe-me estar!
Estando, eu não preciso ser.
Pois quando sou, sou como ar,
Que ateia vida e ninguém vê.

Estou no canto sem regência,
Na partitura nunca lida...
Eu sou, em parte, existência,
- Mas estou vida.

Sou risca oculta ao traçar o tempo
- Sou vista, apenas, vivendo!

Ivone Alves Sol

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