domingo, 11 de setembro de 2011

DESCONTENTAMENTO




DESCONTENTAMENTO

Eu queria falar das coisas sem falar de mim.
Falar deste céu azul, que avisto da janela,
Sem tingi-lo com as cinzas dos meus olhos.
Oscular a madrugada que me sentinela,
Sem conspurcá-la com os meus remorsos.

Eu queria saber as coisas sem saber de mim.
Saber que o amor tem dimensões infinitas,
Sem saber que em mim, o infindo é lacônico.
Que a vida deve ser, a todo instante, erigida,
E ignorar que morro na demolição dos sonhos.

Eu queria sentir as coisas sem sentir a mim.
Sentir essa brisa que adentra meu quarto,
Sem sentir o vazio que enche minha alma.
O calor oriundo de um abraço apertado
Sem sentir esse aperto que me tira a calma.

Eu queria viver nas coisas sem viver em mim.
Viver nesse Mar de ilusão que me é tão real,
Sem viver a literalidade desse eu induzido,
Assistido por mim, sem ser compreendido...
Ignorar essa vida pronta a qual não comecei.

Ivone Alves SOL 



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ivone Alves Sol no Programa Amor e Poesia com Daniel Amaral

           
          Um grande presente que ganhei do meu querido amigo, Daniel Amaral, diretamente de Portugal em seu programa Amor e Poesia. O Daniel além de um grande locutor – e olha que disso eu entendo, é um excelente poeta.
         No áudio, Daniel recita magnificamente alguns poemas meus, e alude à minha síntese biográfica.
        Obrigada, Daniel! Nobilita-me muito fazer parte de seu seleto espaço poético.
       
        Vale à pena visitar seu site e conferir suas publicações de muito bom gosto!


  • ART / ART         
  • Daniel Amaral



Neste novo podcast, apresento as belas poesias de Célia Laborne e Ivone Alves Sol. Célia, de Belo Horizonte, Minas Gerais e Ivone, de Salvador, na Bahia. Duas belas escritoras e poetas brasileiras de grande sensibilidade.

Músicas: 
Grand'Hotel_Paula Toller; The Story of What Happened_Jasmine Brunch; Corcovado_Elis Regina e Tom Jobim; Pyramid_Yves Coignet; The Best of Meditation_Satori; Encontro e Bela Flor_Maria Gadú.

 

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sábado, 3 de setembro de 2011

QUEM HÁ DE SABER?


QUEM HÁ DE SABER...

Minha’alma enleva num voo leve
De um ar que bebe minha sede
E irrompe as paredes da neve
Como uma prece que não de deteve

Dou-lhe asas num enlaço
D’um abraço em que os olhos se beijam
E o que adeja são os passos
No espaço onde o Mar veleja

Que minh’alma seja mais feliz que eu
E que seu apogeu seja fora de mim
Se assim for, saberei qu’ela viveu
E eu? Quem há de saber o fim...?

Ivone Alves Sol