quinta-feira, 17 de março de 2011

VENTO ZONZO


VENTO ZONZO
 
Não sei se existem anjos,
Nunca vi, nem os toquei.
Prefiro esse vento zonzo,
Esse sopro leve, sem lei...

Permito-me tocar o céu,
Até onde os olhos vão.
Depois disso, são véus,
Maquiados de ilusão.

Não sei quem é Deus,
Mas... Eu O sinto
- De um jeito alheio,
Sem que eu seja recinto.

Como desvendar o invisível,
Se nem me avisto, vendo-o?
Como é possível senti-Lo,
Se não o compreendo...?

Penso ser melhor poetizá-Lo
- Pintá-Lo de fantasias...
A ter que profaná-Lo,
Como tintas de heresias.

Eu jamais vi anjos,
Nem Deus...
Mas, podem ser
Esse vento zonzo,
Que balança meus templos ateus.

Ivone Alves Sol 

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