domingo, 22 de maio de 2011

CÉLULA DE DEUS



CÉLULA DE DEUS

Gosto de me pensar célula de Deus
- Não por ter sangue divino
Mas por assemelhar ao que me é ateu
E saber que “tem eu” no que nunca avisto

Do que sei, eu pouco compreendo
Mas o que invento, parece comigo
Dou sentido e chance ao pequeno
Sem apequenar o que eu preciso

Muito do que digo eu não escuto
É abstruso – se perde na cadência
E o pouco que ouço, eu reluto
- Não me faz referência

Prefiro meu silêncio incólume,
Meu pensamento absorto...
Gosto andar sem toques
Sem norte, sem porto...

Gosto de estar no que nunca fui
Quiçá o ser “sem eira nem beira”
Estando no que a alma intui
Avisto-me, sem que eu esteja.

Ivone Alves Sol


Nenhum comentário:

Postar um comentário