EFEMERIDADE
Eu que nunca me soube
E vivi do que me coube estar
Vejo-me no emaranhar de cores
Por meus refletores ao desligar
E com as pálpebras cerradas
E mente dobrada nos ombros
Quebro-me no estrondo das travas
E solto lavas em meus tombos
Espalho sonhos nos mananciais
Liberto os ais de minha garganta
E de minhas tantas uma se desfaz
Por não viver mais de lembranças
Quero-me criança crescida
Nas divisas de um viver
Sem ter pontos de partida
Apenas pistas a percorrer
Porque me saber é efêmero
E, se me tenho, é tão pouco
Vivo entorno de um tempo
De entendimento absorto
Ivone Alves Sol
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