terça-feira, 29 de novembro de 2011

SEM RETORNO



SEM RETORNO

Dei-me em tudo e em nada estive
Não por não estar no que dei
É que só dei o que eu tive
- Fui invisível no que mostrei

Dei-me aos sonhos, inteira
Não me restou no que fiquei
A não ser a incômoda celeuma
Dessa saudade do que não sei

Dei-me em tudo e não me dei
Não por não me dar...

Ivone Alves Sol


sábado, 26 de novembro de 2011

LACONISMO


                                                                                                                                Imagem do Google

LACONISMO

Eu ainda beijava
Quando os rostos se apartaram
Ficaram as flamas no corpo
E um pensamento absorto no quarto
Um quarto do tempo é tão pouco
Um porto é um espaço pequeno
Pr’um momento em que sonho
É do tamanho do tempo

Ivone Alves Sol





MÁQUINA DO TEMPO


Imagem do Google


Quem ideou a máquina do tempo
Ou estava sem tempo ou desatento
Criou rodas que não voltam – quadradas
Passos dando voltas sem estradas.

Não viu os contras em tempo
- Contratempo era ação do vento
Espalhando névoa no cérebro
Vedando visão, com excessos

Inventou era sem beira
Hora marcada em ribanceira
Passa por tudo sem relevar
E leva – sem chance de voltar

Ivone Alves Sol



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

UM HOMEM DO MAR E DAS LETRAS



 

À Eurípedes Barbosa Ribeiro

Tens no mar caminhos percorridos
E no amar, um mar de inspiração
Da fonte salgada, o doce é bebido
No pélago fluído do teu coração

És marinheiro em mar aberto
Tocas os empíreos com poesia
Remas nas ondas dos versos
Ancoras na sólida fantasia

Marujo poeta que encanta o mar
E tinge de azul, as suas águas
Murmuras ao vento o seu pesar
E encontra nas ondas a sua calma.

És homem do mar e das letras
Na linha do tempo vive a singrar
Tu’alma sobrepuja as correntezas
Toca em nós com o teu versejar

Ivone Alves Sol

Um poema que dediquei ao nosso saudoso amigo e poeta, Eurípedes Barbosa Ribeiro, numa homenagem pelo dia do Marinheiro, em 2009. Com o mesmo respeito e carinho, eu volto a lhe dedicar nesse momento, pois sei que de alguma forma, ele continua vivo dentro de cada um de nós que aprendemos a admirar sua obra, mas, sobretudo, o amigo e o cidadão, que em tão pouco tempo, nos transmitiu tantos saberes e lições de vida. A vida continua onde você estiver, caro poeta!

Lançamento da Antologia promovida pelo Projeto Alma Brasileira, 
Amor em Verso e Prosa, livro do qual Eurípedes  é coautor, 
juntamente com os demais integrantes da foto.
              Eurípedes é autor do livro AMORES DISPERSOS E OUTROS VERSOS e coautor da "Antologia Amor em Verso e Prosa", Volumes I e II e da Antologia de contos "Um dia de Esperança", do Projeto Alma Brasileira. Era autor filiado à Câmara Baiana do Livro, ao movimento Poetas del Mundo e membro da Academia de Cultura da Bahia.

Veja nesse link, um áudio emocionante de um poema do Eury.




sábado, 12 de novembro de 2011

SEM SABER...


 
SEM SABER...

Gosto de sentir isso que não sei
Do que me apossei, nada é meu
Do que é teu, só o olhar toquei
E nem sei se ele foi meu...

Meu eu ateu costuma a crer
No que não vê, por impressão
E o coração, sem saber dizer,
Diz sem saber, de minha intenção

Ivone Alves Sol